Revista Critica de Ciencias SociaisEurozineRevista Critica de Ciencias Sociais2013-03-21
Sumarios Revista Critica 96 (2012)Carmen Magallón Portolés
Representaciones, roles, y resistencias, de las mujeres en contextos de violencia
Tendo como base a epistemologia do Feminist Standpoint, este artigo analisa as várias representações e imagens que os homens projetam sobre as mulheres em contextos de violência, fruto de estereótipos e estruturas de domínio, sexuais e culturais. Aponta também para as cons-truções que as mulheres fazem de si mesmas, assim como para a diversidade das suas opções perante a violência.Gaby Zipfel
"Vamos lá curtir um bocado". A relação entre identidade sexual, violência e sexualidade em conflitos armados
Para decifrar a genealogia das formas de violência sexual nos períodos de entre guerra, guerra e pós guerra torna se necessária uma análise das relações entre identidade sexual, violência e sexualidade. Os crimes de violência sexual na guerra, vistos até hoje como fe-nómenos limite característicos de um estado de exceção, apontam, nesta perspetiva, para regularidades cuja função e forma podem variar, mas cujos pontos de referência radicam na expressão social do poder.Júlia Garraio
Hordas de violadores. A instrumentalização da violência sexual em discursos anticomunistas alemães da Guerra Fria
Nos discursos anticomunistas alemães da Guerra Fria, a imagem do Exército Vermelho como "horda de violadores" funcionou como estratégia de exclusão na construção de uma identidade nacional regida por "valores ocidentais". Neste sentido, este artigo analisa a dimensão ideológica dos estereótipos de mulheres violadas e as construções de masculinidade que perpassam dois textos emblemáticos de memórias da fuga e expulsão dos alemães da Europa Central e de Leste e um romance de propaganda norte-americano.Teresa Cunha
As memórias das guerras e as guerras de memórias. Mulheres, Moçambique e Timor Leste
Através da análise de entrevistas realizadas em 2008 e 2009 em Maputo, Moçambique e Díli, Timor Leste, tenta se aqui perceber algumas peculiaridades e semelhanças das experiências de mulheres nas guerras em Moçambique e Timor Leste, bem como analisar em que medida essa narração dos sofrimentos se transfigura num valor político e numa alavanca de reconhecimento público e legitimidade para decidir e governar ou, pelo contrário, é percebida como improdutiva e negligenciada.Sílvia Roque
Lógicas de guerra e a reprodução das margens: gangues, mulheres e violência sexuada em El Salvador
Este artigo explora a pouca atenção prestada à participação das mulheres em gangues em El Salvador. A análise da violência que contra elas é praticada permite a desconstrução de dicotomias e oposições estanques associadas à guerra e à paz. Procura se assim demonstrar que uma conceção da guerra e da paz como estados bem definidos e uma associação da guerra à exceção e à violência legítima não são neutras do ponto de vista da reprodução da violência em tempos de "paz", acabando por ocultar e justificar certos processos de desumanização.Iván Darío Ramírez, Grazielle Costa
Para além da "guerra" e da "paz": territórios de violência em Medellín
O presente artigo discute as fronteiras da guerra e da paz a partir do contexto da cidade de Medellín, defendendo que os períodos definidos como "guerra" e os momentos de "paz" se interpenetram. Chama a atenção para as violências invisíveis a que a população desarmada, especialmente as mulheres, está submetida na "guerra" e na "paz" em Medellín. Destaca o deslocamento intraurbano e o feminicídio como violências contínuas que afetam as mulheres de forma diferenciada e que permanecem excluídas das políticas de segurança pública da cidade.Rita Santos
"Cidadãos de bem" com armas: representações sexuadas de violência armada, (in)segurança e legítima defesa no Brasil
Este artigo examina as estratégias discursivas utilizadas pelos movimentos a favor e contra o microdesarmamento no Brasil aquando do Referendo sobre a Proibição do Comércio de Armas de Fogo e Munições em 2005. Os dois campos serviram se de representações assentes em construções sexuadas das experiências e condutas de mulheres e de homens relativamente à probabilidade, lugares e protagonistas de vitimação armada, bem como à conceção do exercício da legítima defesa enquanto direito e/ou privilégio do "cidadão de bem".Rita Santos, Sílvia Roque, Tatiana Moura
Conexões perdidas: representações de género, violência (armada) e segurança na Resolução 1325
Este artigo analisa as limitações da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (2000) sobre Mulheres, Paz e Segurança (1325/2000) enquanto produto dos conceitos de género, violência e segurança que lhe subjazem. O questionamento dos limites da Resolução faz se sobretudo por referência à análise de outros contextos de violência armada que não guerras ou situações pós conflito, não abrangidos pela 1325, e em especial das suas dinâmicas de género.